Habitantes de aldeias não dependem de dinheiro para trocar coisas entre si, pois não há tanto dinheiro assim disponível. Nem mesmo escambo, pois não se pode garantir a grande coincidência de duas pessoas terem exatamente o que a outra precisa em quantidades equivalentes. Tudo funciona na base de uma espécie de confiança, débito mútuo e trocas de favores. O pescador divide os peixes com outros, que por sua vez vão dar-lhe coisas como um chapéu ou cordas no futuro. Quem não participa ou deixa de honrar favores acaba sendo um pária que não pode contar com o pão do vizinho quando as suas conservas estragam. O chefe da aldeia é especialmente importante porque arbitra atritos como quando alguém precisa de algo e outro que tem não quer dar o necessário. Poucos aldeões vão de fato lidar com dinheiro. Em uma aldeia com cem pessoas, é provável que apenas o chefe tenha moedas. Ele as usa para negociar com viajantes, aventureiros e quaisquer outras pessoas estranhas que precisam de algo mas não podem garantir um bom favor futuro, conseguindo coisas que a aldeia precisa, embora seja provável que misture necessidades pessoais no processo. Esse sistema funciona em números pequenos o suficiente que todos se conhecem pessoalmente. Talvez até funcione entre chefes de aldeias diferentes e comerciantes com rotas regulares. Em cidades e metrópoles, dinheiro se torna indispensável no dia-a-dia e é mais provável que alguém de fato receba moedas ao invés de promessas. Contudo, vizinhanças, distritos e bairros dentro das cidades ainda podem manter o sistema de obrigações mútuas das aldeias.
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