Sclaveni é a maior cidade da cordilheira, e a maior concentração da etnia anã shardokan no império. Fica nas Montanhas Malhadas, que tem esse nome por causa do contraste entre a neve e as plantações pretas. O clima alpino ao longo do ano torna o gelo e o
pykrete materiais comuns para construção tal qual pedra, enquanto madeira é um luxo para poucos. Os nativos pensam em zero graus como algo ameno, e o recorde de vinte graus trinta anos atrás ainda alimenta conversas. O que mais chama na atenção na paisagem é uma geleira enorme, quase rachada em duas, na encosta da montanha que sombreia a cidade. Aqui os locais mineram granito, enxofre, carvão, colhem gelo e a matéria-prima única daqui,
gelo eterno, que nunca derrete. Este material fantástico permite a criação de câmaras frias para alimentos, produção de gelo império afora, sorvete e resfriamento para palácios nobres e guerreiros lutando em armaduras pesadas.
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Estrangeiros ficam tão assombrados com o frio, neve e o ar rarefeito quanto a disposição shardokan em ignorar as desvantagens, citando o "lado bom disso tudo" e que "isso não é problema se você é um de nós". |
Primeira Subida
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Cheias do rio Nabia muitas vezes incluem placas de gelo esmagadoras. |
Para chegar a Sclaveni, desce-se subir o rio
Nabia por mais de mil quilômetros a partir de
Tyrintha, até ele deixar de ser navegável. A partir daí, segue-se pela
Via dos Obeliscos Negros, que servem para indicar o caminho e amarrar cordas durante tempestades. Quando o caminho estreita até ter quatro metros de largura e o grande rio nortenho não for mais do que um riacho, significa que você está a algumas horas ou dias de distância, dependendo das ventanias e da neve. A esta altura, os poucos vales em que passar são dominados por labirintos de pedra negra onde os shardokan criam plantas escuras. As ravinas fortificadas em diversos pontos formam gargalos onde dezenas podem bloquear exércitos inteiros.
A maior parte da população sclaveniana, cerca de cento e trinta mil no total, fica em um vale no formato de um anfiteatro. O terreno plano é usado para plantações, com alguns galpões e celeiros na forma de domos de pykrete. Avalanches e pedras cadentes são infrequentes e desastrosas, então as casas se empilham sob as encostas íngremes ao redor, e expandidas rocha adentro. Algumas são interligadas por túneis que são mais usados durante nevascas. Lares costumam ter dois aposentos: a sala que também funciona como quarto e cozinha; um quarto secundário que alguém usam quando precisam de privacidade dos demais, também acomodando hóspedes.
Segunda Subida
Entre o vale agrícola e a geleira existe um vale suspenso em forma de bacia coberto pelo lago
Dragomir. Na época de degelo, ele transborda e forma a cachoeira
Karzel, que desce uma encosta enclinada como se fosse uma enorme cortina de água. Esta é a nascente do rio Nabia.
Durante o inverno, a geleira de Sclaveni fica inacessível. O vale e a mina estão apenas a três quilômetros um do outro, mas é uma distância vertical tão intransponível quanto o oceano, especialmente quando as nuvens, as tempestades de neve ou a noite escondem a geleira. Os mineradores continuam a extrair gelo, carvão e pirita, estocando-os onde antes havia lenha, comida, água, samogon e outras necessidades trazidas durante o verão. Uma única chama é mantida dia e noite para mostrar que alguém continua vivo lá em cima, embora para alguns, vê-la só torna a saudade mais afiada.
Geleira Zakhrapel Ispolin
É dificil se acostumar aos rangidos e estalos da geleira, 24 horas por dia, sete dias por semana. Os tremores e movimentos nos obrigam a renovar os túneis e pontes nas fendas o tempo todo, usando água e serragem para fazer escoras de pykrete. A gente se acostuma, mas viver e dormir aqui é como estar dentro de um gigante em hibernação, inquieto e roncando. Tanto que o nome da geleira significa "o titã que ronca". - Muitos mineiros tratam a geleira como um ser vivo.
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Extração de gelo é uma verdadeira indústria na geleira e seus arredores. |
A ravina no centro da geleira tem diversas passarelas de pykrete ligando túneis na metade sul com suas contrapartes na metade norte. Abaixo das passarelas passam as correntes do telégrafo que sobe mercadorias e comida do vale e desce o gelo, gelo eterno e minérios extraídos diariamente da geleira e rochedos vizinhos. O terminal superior parece um porto com as suas sacadas de madeira, cheias de estalactites de gelo e sustentadas por toras congeladas. O terminal inferior é um galpão ligado a um moinho d'água enorme que move as correntes, mas depende da neve derretendo durante o verão para funcionar.
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Gelo eterno tem um tom de safira inconfundível em relação a gelo mundano. |
São dezenas de quilômetros de túneis e poços se aprofundando na geleira, buscando os veios de gelo que nunca derrete e os minerais valiosos na encosta da montanha. E a cada ano outros tantos quilômetros são escavados enquanto os que já existem se tornam galpões, casas, salões, templos e até uma casa de banho sempre cheia que foi feita a partir de uma fonte termal. Aqui pode-se descartar quilos de roupa, aquecer o nariz e salivar com a expectativa dos ovos que cozinham em uma tigela no próprio banho quente.
Equinócio de Primavera
Existe uma tradição repetida todo fim de inverno, tanto no vale quanto na geleira: as pessoas se reúnem e xingam o próprio inverno como se fosse um demônio, a fim de afugentá-lo e trazer a querida primavera o mais cedo possível. Alguns até dissociam Corallin do inverno e pensam nele como obra de Carnifex, reservando à deusa apenas as épocas agradáveis. A chegada da primavera traz um frenesi de alívio e festa, quando os mineradores reencontram as suas famílias, descarregam toneladas de trabalho duro feito por dedos entorpecidos e buscam ficar quentes de toda maneira que puderem. Ocorre um festival que inclui arremesso de toras, duelos musicais e oferendas aos ancestrais na forma de destilados acesos em catacumbas e necrópoles.
Outras coisas interessantes incluem:
O quartel-general de madeira vermelha dos
Belaya Smert. Inclui dormitórios e áreas de tiro ao alvo, mas o importante é a oficina onde armas de fogo tem o seu cano raiado. Junto com lunetas, isto dobra o alcance de mosquetes e pistolas. Apenas membros da ordem recebem este privilégio de graça, qualquer outro deve pagar o dobro do custo da arma a ser melhorada.
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Petra Neva Iedenik, a rainha do gelo |
A grande comerciante que monopoliza a exportação dos produtos daqui. O seu palácio é um enorme iglu de pykrete em volta de uma torre de granito, com uma cúpula bulbosa colorida. Ela possui um jardim em uma caverna sob a sua torre: cristais de gelo exuberantes como flocos de neve tecidos por grandes aranhas; e tão delicadas que uma brisa poderia desfazê-las. O prédio inclui uma fábrica de sabão, onde gordura extraída dia e noite dos trolls presos é misturada com pinho e cinzas. O couro troll também é usado para fazer pergaminhos que se regeneram exceto caso danificados com ácido ou fogo. Times de caçadores de trolls partem daqui para capturar mais destas
bestas, recebendo recompensas proporcionais ao tamanho e saúde do troll capturado.